Questões polêmicas da vida de Jesus



Naquele tempo o mundo era dos adultos. Por isso, mais tarde, já falando em nome do PAI, Jesus afirmou que o Reino dos Céus seria das crianças, uma forma de mostrar a verdadeira importância do homem em todas as suas fases de crescimento. 
No entanto, no Evangelho de Lucas, está dito que Jesus e sua  família foram vistos em visita a Jerusalém quando Ele 12 anos, e na oportunidade, acabou me perdendo do resto da caravana. Na verdade, ficou em Jerusalém e só foi encontrado por José e Maria três dias depois, no Templo, falando aos Doutores da Lei sobre as coisas do Pai. Essa é a primeira ação efetivamente Dele, segundo a Bíblia, da missão a qual fora enviado. Tanto que ao ser questionado por José e Maria lhes respondeu: “Por que me procuras? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?" (Lc 2:48-49). 
O próprio Lucas, numa tentativa de explicar os anos seguintes, afirma que Jesus retornou então com eles para Nazaré, e era-lhes submisso crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens."(Lc 2:52).
Como funcionava o sistema educacional das crianças no tempo de Jesus?
 A educação familiar era acompanhada pelo que se ministrava na escola e havia uma em todas as aldeias onde houvesse sinagoga. A formação básica acontecia dos seis aos treze anos e consistia no aprendizado da leitura, memorização de alguns trechos do Torah sob a orientação de um “mestre” chamado sopher. Além disso, havia também controle de um vigilante ou assistente da sinagoga chamado hazzan.
Após os treze anos, somente alguns prosseguiam nos estudos superiores junto a algum sábio, sempre a forma de pequenos grupos. Essa capacidade adicional de sabedoria era chamada de tirocínio superior e permitia, entre outras coisas, interpretar a lei do Torah e sua aplicação às várias situações da vida. Essa preparação, no entanto, somente era exigida a quem aspirasse ocupar cargos de responsabilidade no tribunal ou na administração dos pequenos centros judeus da Palestina.  
É verdade que Jesus morou em Cafarnaum?
Lá viveu boa parte do tempo com os discípulos. Não passava de um simples povoado com cerca de 1.500 moradores naquela época. Escavações encontraram os restos da casa de um dos apóstolos. Acredita-se que seja a de Simão Pedro (hoje conhecido como São Pedro). Também foi encontrado um barco datado da mesma época de sua passagem por lá. Mesmo assim, ainda tem quem duvide do número de discípulos que viviam próximos Dele. 
De novo, a culpa é dos evangelistas que se mantêm coerentes apenas em relação aos oito primeiros. Os outros quatro têm muitas variações. Os que duvidam afirmam que o número de 12 foi uma invenção posterior a sua morte para espelhar, no Novo Testamento, as 12 tribos descritas no Velho Testamento.
A "Santa Ceia" existiu ou não?
Já na quinta-feira, prestes a consumação da vontade do Pai, Jesus reuniu-se com os apóstolos para celebrar com eles a sua última ceia na terra. Ela existiu sim, porém nunca da forma como fora retratado alguns séculos depois pelo pintor italiano Leonardo da Vinci e centenas de outros considerados renascentistas. 
Naquela época, como era costume entre os judeus, se comia deitado de flanco - como os romanos - e as mesas eram ordenadas em formato de U e não dispostas numa linha reta como ficou perpetuado nas telas. A Bíblia afirma que durante a ceia, Judas levantou para trair Jesus ou, como alguns sugerem, para cumprir uma ordem dada por Ele. Posteriormente Ele foi preso no Jardim do Getsêmani, onde, junto com os discípulos, descansavam para se dirigirem a cidade de Bethânia, onde ficariíam hospedados. Provavelmente na casa de Lázaro e suas irmãs Maria e Marta. 
Jesus teve ou não irmãos?
Teve e muitos. A questão, no entanto, não se resume a essa tese e sim se sua minha mãe que era virgem antes de concebê-lo, se uniu com José e teve outros filhos. A confusão partiu da própria Igreja, quando por determinação do Papa Pio XII, em 1894, transformou em dogma a sua condição de imaculada afirmando que a mesma permanecera virgem até a morte. A decisão tinha um objetivo: tornar verdadeiro o título de Virgem Santíssima, como Maria passou a ser chamada por todos os católicos do mundo. Admitir uma prole maior a Maria é desmentir o dogma (lei inquestionável diante de Roma) da Virgem. 
Maria teve ou não filhos?
Segundo a Bíblia sim. O próprio Marcos, o primeiro dos Evangelista (os outros três copilaram os escritos ou as descrições dele) afirma no capítulo 6, versículo 3: Não é Ele, o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não estão aqui entre nós? Tiago inclusive, segundo o historiador judeu Flávio Josefo, liderou a comunidade cristã de Jerusalém contra as opressões de Roma. Maria é citada 19 vezes nos quatro Evangelhos e, em algumas das passagens, associadas aos seus outros filhos. Como toda mulher da época, Maria era simples e submissa ao seu marido. 
Ela nasceu em Nazaré, filha de Joaquim, um homem rico e generoso. Marcos a cita pela primeira vez, quando da sua vida em Nazaré, legalmente casada com José, da casa de Davi, e relata a anunciação pelo anjo Gabriel da misteriosa concepção por obra do Espírito Santo. Além de anunciar meu nascimento, o Anjo falou a Maria que sua prima Isabel, apesar da idade já avançada, também daria a luz a um menino e este seria chamado de João Batista. Maria esteve presente em todos os momentos do meu ministério. 
É citada na realização do primeiro milagre, quando Jesus transformou água em vinho nas bodas de caná, na sua presença no Templo, no sermão da montanha e no triste episódio da sua morte. Foi ela, ao lado de Maria Madalena, quem mais chorou e sofreu junto ao seu túmulo até à ressurreição. 

De onde vem o nome "Jesus Cristo"?
É uma versão grega de dois nomes hebraicos: Jesus (yeshu) vem da interpretação grega do nome hebreu “Yoshua”, que por sua vez é uma corruptela de “Yehoshuah”, que significa Jeová é Redenção.

O segundo nome, Cristo, na verdade não é um nome e sim um título. Vem do grego “Christós”, já traduzido do hebraico “Mashiakh”, que significa “O Escolhido”, ou “O Messias” (Masiah). O título foi incorporado ao seu nome pelos seus próprios seguidores numa demonstração que acreditavam na sua condição de enviado de Deus e salvador do mundo. 
Os Reis Magos existiram ou não?
Talvez pelo fato deles serem citados apenas no Evangelho de Mateus haja esta dúvida. Mesmo ele, nos doze versículos em que trata do assunto, não especifica o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação está no plural. E que vieram do Oriente – não há nenhuma menção bíblica que indique se eram ou não reis. 

Um brasileiro, o professor de história natural da Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Chevitaresse, afirma que os magos são personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos. As figuras dos Magos permaneceram vivas através dos anos, mas foi somente no século III que eles receberam o título de reis. A introdução dos títulos fez justiça a profecia contida no Salmo 72, onde está escrito que “todos os reis caíram diante mim”. Bem mais tarde, por volta do século VIII, finalmente eles ganharam nomes: Belchior, Rei da Pérsia; Gaspar, Rei da Índia e Baltasar, Rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significam: rei da luz (Melichior), o Branco (Gathaspa) e senhor dos tesouros (Bithisarea).

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